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Mostrando postagens de 2014

DEFINIÇÃO DE POESIA POR GONÇALVES DIAS

"Casar assim o pensamento com o sentimento - o coração com o entendimento - a ideia com a paixão - cobrir tudo isto com a imaginação, fundir tudo isto com a vida e com a natureza, purificar tudo com o sentimento da religião e da divindade, eis a Poesia - a Poesia grande e santa - a Poesia como eu a compreendo sem a poder definir, como eu a sinto sem a poder traduzir". Prólogo do livro "Primeiros cantos"

COM SÁ E GUARABYRA EM SOBRADINHO

O homem chega, já desfaz a natureza Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar O São Francisco lá pra cima da Bahia Diz que dia menos dia vai subir bem devagar E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia que o Sertão ia alagar O sertão vai virar mar, dá no coração O medo que algum dia o mar também vire sertão Adeus Remanso, Casa Nova, Sento-Sé Adeus Pilão Arcado vem o rio te engolir Debaixo d'água lá se vai a vida inteira Por cima da cachoeira o gaiola vai, vai subir Vai ter barragem no salto do Sobradinho E o povo vai-se embora com medo de se afogar. Remanso, Casa Nova, Sento-Sé Pilão Arcado, Sobradinho Adeus, Adeus ...

TOCANDO EM FRENTE COM MARIA BETÂNIA

Tocando em Frente Almir Sater Ando devagar Porque já tive pressa E levo esse sorriso Porque já chorei demais Hoje me sinto mais forte, Mais feliz, quem sabe Só levo a certeza De que muito pouco sei, Ou nada sei Conhecer as manhas E as manhãs O sabor das massas E das maçãs É preciso amor Pra poder pulsar É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir Penso que cumprir a vida Seja simplesmente Compreender a marcha E ir tocando em frente Como um velho boiadeiro Levando a boiada Eu vou tocando os dias Pela longa estrada, eu vou Estrada eu sou Conhecer as manhas E as manhãs O sabor das massas E das maçãs É preciso amor Pra poder pulsar É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir Todo mundo ama um dia, Todo mundo chora Um dia a gente chega E no outro vai embora Cada um de nós compõe a sua história Cada ser em si Carrega o dom de ser capaz E ser feliz Conhecer as manhas E as manhãs O sabor das massas E das maçãs É preciso amor Pra poder pulsar É preciso paz

DEBAIXO DOS CARACÓIS DE CAETANO VELOSO

Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos Roberto Carlos e Erasmo Carlos Um dia a areia branca Teus pés irão tocar E vai molhar seus cabelos A água azul do mar Janelas e portas vão se abrir Pra ver você chegar E ao se sentir em casa Sorrindo vai chorar Debaixo dos caracóis dos seus cabelos Uma história pra contar De um mundo tão distante Debaixo dos caracóis dos seus cabelos Um soluço e a vontade De ficar mais um instante As luzes e o colorido Que você vê agora Nas ruas por onde anda Na casa onde mora Você olha tudo e nada Lhe faz ficar contente Você só deseja agora Voltar pra sua gente Debaixo dos caracóis dos seus cabelos Uma história pra contar De um mundo tão distante Debaixo dos caracóis dos seus cabelos Um soluço e a vontade De ficar mais um instante Você anda pela tarde E o seu olhar tristonho Deixa sangrar no peito Uma saudade, um sonho Um dia vou ver você Chegando num sorriso Pisando a areia branca Que é seu paraíso Debaixo dos caracóis dos seus cabelos Uma história pra contar D

O RIACHO DO NAVIO DE LUIZ GONZAGA

Riacho do Navio Luiz Gonzaga Riacho do Navio Corre pro Pajeú O rio Pajeú vai despejar No São Francisco O rio São Francisco Vai bater no "mei" do mar O rio São Francisco Vai bater no "mei" do mar (Bis) Ah! se eu fosse um peixe Ao contrário do rio Nadava contra as águas E nesse desafio Saía lá do mar pro Riacho do Navio Eu ia direitinho pro Riacho do Navio Pra ver o meu brejinho Fazer umas caçada Ver as "pega" de boi Andar nas vaquejada Dormir ao som do chocalho E acordar com a passarada Sem rádio e nem notícia Das terra civilizada Sem rádio e nem notícia Das Terra civilizada.

A SAGA DA AMAZÔNIA DE VITAL FARIAS

Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta mata verde, céu azul, a mais imensa floresta no fundo d'água as Iaras, caboclo lendas e mágoas e os rios puxando as águas Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores sorria o jurupari, uirapuru, seu porvir era: fauna, flora, frutos e flores Toda mata tem caipora para a mata vigiar veio caipora de fora para a mata definhar e trouxe dragão-de-ferro, prá comer muita madeira e trouxe em estilo gigante, prá acabar com a capoeira Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar prá o dragão cortar madeira e toda mata derrubar: se a floresta meu amigo, tivesse pé prá andar eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar e o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar? depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar Mas o dragão co

A PALO SECO, OU SEM RODEIOS, COM BELCHIOR

Se você vier me perguntar por onde andei No tempo em que você sonhava. De olhos abertos, lhe direi: - Amigo, eu me desesperava. Sei que, assim falando, pensas Que esse desespero é moda em 73. Mas ando mesmo descontente. Desesperadamente eu grito em português: - Tenho vinte e cinco anos de sonho e De sangue e de América do Sul. Por força deste destino, Um tango argentino Me vai bem melhor que um blues. Sei, que assim falando, pensas Que esse desespero é moda em 73. E eu quero é que esse canto torto, Feito faca, corte a carne de vocês.

CAÇADOR DE MIM-LTON

Caçador de Mim Milton Nascimento Por tanto amor Por tanta emoção A vida me fez assim Doce ou atroz Manso ou feroz Eu caçador de mim Preso a canções Entregue a paixões Que nunca tiveram fim Vou me encontrar Longe do meu lugar Eu, caçador de mim Nada a temer senão o correr da luta Nada a fazer senão esquecer o medo Abrir o peito a força, numa procura Fugir às armadilhas da mata escura Longe se vai Sonhando demais Mas onde se chega assim Vou descobrir O que me faz sentir Eu, caçador de mim

A PÉTALA DO AMOR DE DJAVAN

PÉTALA Djavan O seu amor Reluz Que nem riqueza Asa do meu destino Clareza do tino Pétala De estrela caindo Bem devagar... Oh! meu amor! Viver É todo sacrifício Feito em seu nome Quanto mais desejo Um beijo, um beijo seu Muito mais eu vejo Gosto em viver Viver! Por ser exato O amor não cabe em si Por ser encantado O amor revela-se Por ser amor Invade E fim!!...

O NASCIMENTO DA CANÇÃO DE MILTON DA AMÉRICA

CANÇÃO DA AMÉRICA Milton Nascimento Amigo é coisa para se guardar Debaixo de sete chaves Dentro do coração Assim falava a canção que na América ouvi Mas quem cantava chorou Ao ver o seu amigo partir Mas quem ficou, no pensamento voou Com seu canto que o outro lembrou E quem voou, no pensamento ficou Com a lembrança que o outro cantou Amigo é coisa para se guardar No lado esquerdo do peito Mesmo que o tempo e a distância digam "não" Mesmo esquecendo a canção O que importa é ouvir A voz que vem do coração Pois seja o que vier, venha o que vier Qualquer dia, amigo, eu volto A te encontrar Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

ELIS REGINA, BELCHIOR E OS NOSSOS PAIS

Não quero lhe falar Meu grande amor Das coisas que aprendi Nos discos... Quero lhe contar Como eu vivi E tudo o que Aconteceu comigo Viver é melhor que sonhar E eu sei que o amor É uma coisa boa Mas também sei Que qualquer canto É menor do que a vida De qualquer pessoa... Por isso cuidado meu bem Há perigo na esquina Eles venceram e o sinal Está fechado prá nós Que somos jovens... Para abraçar meu irmão E beijar minha menina Na rua É que se fez o meu lábio O seu braço E a minha voz... Você me pergunta Pela minha paixão Digo que estou encantado Como uma nova invenção Vou ficar nesta cidade Não vou voltar pr'o sertão Pois vejo vir vindo no vento O cheiro da nova estação E eu sinto tudo Na ferida viva Do meu coração... Já faz tempo E eu vi você na rua Cabelo ao vento Gente jovem reunida Na parede da memória Esta lembrança É o quadro que dói mais... Minha dor é perceber Que apesar de termos Feito tudo, tudo, tudo Tudo o que fizemos Ainda somos os mesmos E vivemos Ainda somos os mesmos

RENATO RUSSO, CAMÕES E O APÓSTOLO PAULO

MONTE CASTELO Legião Urbana Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos, Sem amor eu nada seria. É só o amor! É só o amor Que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o mal, Não sente inveja ou se envaidece. O amor é o fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada seria. É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É um não contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder. É um estar-se preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É um ter com quem nos mata a lealdade. Tão contrário a si é o mesmo amor. Estou acordado e todos dormem. Todos dormem. Todos dormem. Agora vejo em parte, Mas então veremos face a face. É só o amor! É só o amor Que conhece o que é verdade. Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos, Sem